30 abril 2011

Tipos de Eutanásia

Atualmente a eutanásia pode ser classificada de várias formas, de acordo com o critério considerado.

Quanto ao tipo de ação:

Eutanásia ativa: o ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente, por fins misericordiosos.
Eutanásia passiva ou indireta: a morte do paciente ocorre, dentro de uma situação de terminalidade, ou porque não se inicia uma ação médica ou pela interrupção de uma medida extraordinária, com o objetivo de minorar o sofrimento.
Eutanásia de duplo efeito: quando a morte é acelerada como uma conseqüencia indireta das ações médicas que são executadas visando o alívio do sofrimento de um paciente terminal.

Quanto ao consentimento do paciente:
Eutanásia voluntária: quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do paciente.
Eutanásia involuntária: quando a morte é provocada contra a vontade do paciente.
Eutanásia não voluntária: quando a morte é provocada sem que o paciente tivesse manifestado sua posição em relação a ela.
Esta classificação, quanto ao consentimento, visa estabelecer, em última análise, a responsabilidade do agente, no caso o médico. Esta discussão foi proposta por Neukamp, em 1937.
Neukamp F. Zum Problem der Euthanasie. Der Gerichtssaal 1937;109:403
Vale lembrar que inúmeros autores utilizam de forma indevida o termo voluntária e involuntária no sentido do agente, isto é, do profissional que executa uma ação em uma eutanásia ativa. Voluntária como sendo intencional e involuntária como a de duplo-efeito. Estas definições são inadequadas, pois a voluntariedade neste tipo de procedimento refere-se sempre ao paciente e nunca ao profissional, este deve ser caracterizado pelo tipo de ação que desempenha (ativa, passiva ou de duplo-efeito).

Historicamente, a palavra eutanásia admitiu vários significados. Destacamos, a título de curiosidade, a classificação proposta na Espanha, por Ricardo Royo-Villanova, em 1928:
Eutanásia súbita: morte repentina;
Eutanásia natural: morte natural ou senil, resultante do processo natural e progressivo do envelhecimento;
Eutanásia teológica: morte em estado de graça;
Eutanásia estóica: morte obtida com a exaltação das virtudes do estoicismo;
Eutanásia terapêutica: faculdade dada aos médicos para propiciar um morte suave aos enfermos incuráveis e com dor;
Eutanásia eugênica e econômica: supressão de todos os seres degenerados ou inúteis (sic);
Eutanásia legal: aqueles procedimentos regulamentados ou consentidos pela lei.
Royo-Villanova Morales. Concepto y definiccón de la eutanásia. Zaragoza: La Academia, 1928:10.
No Brasil, também em 1928, o Prof. Ruy Santos, na Bahia propôs que a eutanásia fosse classificada em dois tipos, de acordo com quem executa a ação:
Eutanásia-homicídio: quando alguém realiza um procedimento para terminar com a vida de um paciente.
Eutanásia-homicídio realizada por médico;
Eutanásia-homicídio realizada por familiar;
Eutanásia-suicídio: quando o próprio paciente é o executante. Esta talvez seja a idéia precursora do Suicídio Assistido.
Santos R. Da euthanásia nos incuráveis dolorosos. These de doutoramento. Bahia; _,1928:6-7.
Finalmente, o Prof. Jiménez de Asúa, em 1942, propôs que existem, a rigor, apenas três tipos:
Eutanásia libertadora, que é aquela realizada por solicitação de um paciente portador de doença incurável, submetido a um grande sofrimento;
Eutanásia eliminadora, quando realizada em pessoas, que mesmo não estando em condições próximas da morte, são portadoras de distúrbios mentais. Justifica pela "carga pesada que são para suas famílias e para a sociedade";
Eutanásia econômica, seria a realizada em pessoas que, por motivos de doença, ficam inconscientes e que poderiam, ao recobrar os sentidos sofrerem em função da sua doença.
Estas idéias bem demonstram a interligação que havia nesta época entre a eutanásia e a eugenia, isto é, na utilização daquele procedimento para a seleção de indivíduos ainda aptos ou capazes e na eliminação dos deficientes e portadores de doenças incuráveis.

ORIENTAÇÕES BÁSICAS NA ELABORAÇÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO

RESUMO:
Este texto trata a respeito das Normas da ABNT com a finalidade de orientar os acadêmicos da Graduação e pós-graduação sobre a publicação de Artigos Científicos procurando estabelecer, de forma sintética, os principais cuidados a ter na escrita do texto científico. Neste sentido, descreve-se seqüencialmente, os sucessivos componentes para a construção do texto cientifico.

PALAVRAS-CHAVE: Artigo. Pesquisa. Ciência.


1. CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

O artigo é a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão. O objetivo fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviam de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão. Assim, os problemas abordados nos artigos podem ser os mais diversos: podem fazer parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de problemas teóricos ou práticos novos.


2. ESTRUTURA DO ARTIGO

O artigo possui a seguinte estrutura:

1.Título
2. Autor (es)
3. Epígrafe (facultativa)
4. Resumo e Abstract
5. Palavras-chave;
6. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão),
7. Referências.


2.1- TÍTULO


Deve compreender os conceitos-chave que o tema encerra, e ser numerado para indicar, em nota de rodapé, a finalidade do mesmo.



2.2- AUTOR (ES):

O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita. Caso haja mais de um autor, os mesmos deverão vir em ordem alfabética, ou se houver titulações diferentes deverão seguir a ordem da maior para a menor titulação. Os dados da titulação de cada um serão indicados em nota de rodapé através de numeração ordinal.

2. 3- EPÍGRAFE

É um elemento facultativo, que expressa um pensamento referente ao conteúdo central do artigo.

2.4- RESUMO e ABSTRACT

Texto, com uma quantidade predeterminada de palavras, onde se expõe o objetivo do artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados alcançados. O Abstract é o resumo traduzido para o inglês, sendo que alguns periódicos aceitam a tradução em outra língua.

2.5- PALAVRAS-CHAVE:

São palavras características do tema que servem para indexar o artigo, até 6 palavras.


2. 6- CORPO DO ARTIGO:
1. INTRODUÇÃO:

O objetivo da Introdução é situar o leitor no contexto do tema pesquisado, oferecendo uma visão global do estudo realizado, esclarecendo as delimitações estabelecidas na abordagem do assunto, os objetivos e as justificativas que levaram o autor a tal investigação para, em seguida, apontar as questões de pesquisa para as quais buscará as respostas. Deve-se, ainda, destacar a Metodologia utilizada no trabalho. Em suma: apresenta e delimita a dúvida investigada (problema de estudo - o quê), os objetivos (para que serviu o estudo) e a metodologia utilizada no estudo (como).


2. DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS:

Nesta parte do artigo, o autor deve fazer uma exposição e uma discussão das teorias que foram utilizadas para entender e esclarecer o problema, apresentando-as e relacionando-as com a dúvida investigada;
- apresentar as demonstrações dos argumentos teóricos e/ ou de resultados que as sustentam com base dos dados coletados;
Neste aspecto, ao constar uma Revisão de Literatura, o objetivo é de desenvolver a respeito das contribuições teóricas a respeito do assunto abordado.
O corpo do artigo pode ser dividido em itens necessários que possam desenvolver a pesquisa. É importante expor os argumentos de forma explicativa ou demonstrativa, através de proposições desenvolvidas na pesquisa, onde o autor demonstra, assim, ter conhecimento da literatura básica, do assunto, onde é necessário analisar as informações publicadas sobre o tema até o momento da redação final do trabalho, demonstrando teoricamente o objeto de seu estudo e a necessidade ou oportunidade da pesquisa que realizou.
Quando o artigo inclui a pesquisa descritiva apresentam-se os resultados desenvolvidos na coleta dos dados através das entrevistas, observações, questionários, entre outras técnicas.

3. CONCLUSÃO

Após a análise e discussões dos resultados, são apresentadas as conclusões e as descobertas do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções extraídas dos resultados obtidos ou apontadas ao longo da discussão do assunto. Neste momento são relacionadas às diversas idéias desenvolvidas ao longo do trabalho, num processo de síntese dos principais resultados, com os comentários do autor e as contribuições trazidas pela pesquisa.
Cabe, ainda, lembrar que a conclusão é um fechamento do trabalho estudado, respondendo às hipóteses enunciadas e aos objetivos do estudo, apresentados na Introdução, onde não se permite que nesta seção sejam incluídos dados novos, que já não tenham sido apresentados anteriormente.

2. 7- REFERÊNCIAS:

Referências são um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes tipos de materiais. As publicações devem ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem obedecer as Normas da ABNT 6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos e outros elementos de autores efetivamente utilizados e referenciados ao longo do artigo.

3. LINGUAGEM DO ARTIGO:

Tendo em vista que o artigo se caracteriza por ser um trabalho extremamente sucinto, exige-se que tenha algumas qualidades: linguagem correta e precisa, coerência na argumentação, clareza na exposição das idéias, objetividade, concisão e fidelidade às fontes citadas. Para que essas qualidades se manifestem é necessário, principalmente, que o autor tenha um certo conhecimento a respeito do que está escrevendo.
Quanto à linguagem científica é importante que sejam analisados os seguintes procedimentos no artigo científico:

- Impessoalidade: redigir o trabalho na 3ª pessoa do singular;
- Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu penso”, “eu acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações simplórias e sem valor científico;
- Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racional, firmada em dados concretos, onde pode-se apresentar argumentos de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de vista científico;
- Vocabulário técnico: a linguagem científica serve-se do vocabulário comum, utilizado com clareza e precisão, mas cada ramo da ciência possui uma terminologia técnica própria que deve ser observada;
- A correção gramatical é indispensável, onde se deve procurar relatar a pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas, intercaladas com parênteses, num único período. O uso de parágrafos deve ser dosado na medida necessária para articular o raciocínio: toda vez que se dá um passo a mais no desenvolvimento do raciocínio, muda-se o parágrafo.
- Os recursos ilustrativos como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas são considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no texto, tendo suas fontes citadas em notas de rodapé. (PÁDUA, 1996, p. 82).


Para a redação ser bem concisa e clara, não se deve seguir o ritmo comum do nosso pensamento, que geralmente se baseia na associação livre de idéias e imagens. Assim, ao explanar as idéias de modo coerente, se fazem necessários cortes e adições de palavras ou frases. A estrutura da redação assemelha-se a um esqueleto, constituído de vértebras interligadas entre si. O parágrafo é a unidade que se desenvolve uma idéia central que se encontra ligada às idéias secundárias devido ao mesmo sentido. Deste modo, quando se muda de assunto, muda-se de parágrafo.
Um parágrafo segue a mesma circularidade lógica de toda a redação: introdução, desenvolvimento e conclusão. Convém iniciar cada parágrafo através do tópico frasal (oração principal), onde se expressa a idéia predominante. Por sua vez, esta é desdobrada pelas idéias secundárias; todavia, no final, ela deve aparecer mais uma vez. Assim, o que caracteriza um parágrafo é a unidade (uma só idéia principal), a coerência (articulação entre as idéias) e a ênfase (volta à idéia principal).
A condição primeira e indispensável de uma boa redação científica é a clareza e a precisão das idéias. Saber-se-á como expressar adequadamente um pensamento, se for claro o que se desejar manifestar. O autor, antes de iniciar a redação, precisa ter assimilado o assunto em todas as suas dimensões, no seu todo como em cada uma de suas partes, pois ela é sempre uma etapa posterior ao processo criador de idéias.



4. NORMAS DE APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ARTIGO
4. 1 PAPEL, FORMATO E IMPRESSÃO
De acordo com a ABNT “o projeto gráfico é de responsabilidade do autor do trabalho”. (ABNT, 2002, p. 5, grifo nosso).
Segundo a NBR 14724, o texto deve ser digitado no anverso da folha, utilizando-se papel de boa qualidade, formato A4, formato A4 (210 x 297 mm), e impresso na cor preta, com exceção das ilustrações.
Utiliza-se a fonte tamanho 12 para o texto; e menor para as citações longas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas. Não se deve usar, para efeito de alinhamento, barras ou outros sinais, na margem lateral do texto.

4.2 MARGENS

As margens são formadas pela distribuição do próprio texto, no modo justificado, dentro dos limites padronizados, de modo que a margem direita fique reta no sentido vertical, com as seguintes medidas:
Superior: 3,0 cm. da borda superior da folha
Esquerda: 3,0 cm da borda esquerda da folha.
Direita: 2,0 cm. da borda direita da folha;
Inferior: 2,0 cm. da borda inferior da folha.

4.3 PAGINAÇÃO

A numeração deve ser colocada no canto superior direito, a 2 cm. da borda do papel com algarismos arábicos e tamanho da fonte menor, sendo que na primeira página não leva número, mas é contada.

4.4 - ESPAÇAMENTO

O espaçamento entre as linhas é de 1,5 cm. As notas de rodapé, o resumo, as referências, as legendas de ilustrações e tabelas, as citações textuais de mais de três linhas devem ser digitadas em espaço simples de entrelinhas.
As referências listadas no final do trabalho devem ser separadas entre si por um espaço duplo. Contudo, a nota explicativa apresentada na folha de rosto, na folha de aprovação, sobre a natureza, o objetivo, nome da instituição a que é submetido e a área de concentração do trabalho deve ser alinhada do meio da margem para a direita.
4.5- DIVISÃO DO TEXTO

Na numeração das seções devem ser utilizados algarismos arábicos. O indicativo de uma seção secundária é constituído pelo indicativo da seção primária a que pertence, seguido do número que lhe foi atribuído na seqüência do assunto, com um ponto de separação: 1.1; 1.2...
Aos Títulos das seções primárias recomenda-se:
a) seus títulos sejam grafados em caixa alta, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
b) nas seções secundárias, os títulos sejam grafados em caixa alta e em negrito, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
c) nas seções terciárias e quaternárias, utilizar somente a inicial maiúscula do título, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente.
Recomenda-se, pois que todos os títulos destas seções sejam destacados em NEGRITO.
É importante lembrar que é necessário limitar-se o número de seção ou capítulo em, no máximo até cinco vezes; se houver necessidade de mais subdivisões, estas devem ser feitas por meio de alíneas.
Os termos em outros idiomas devem constar em itálico, sem aspas. Exemplos: a priori, on-line, savoir-faires, know-how, apud, et alii, idem, ibidem, op. cit. Para dar destaque a termos ou expressões deve ser utilizado o itálico. Evitar o uso excessivo de aspas que “poluem” visualmente o texto;

4.6- ALÍNEAS
De acordo com Müller, Cornelsen (2003, p. 21), as alíneas são utilizadas no texto quando necessário, obedecendo a seguinte disposição:
a) no trecho final da sessão correspondente, anterior às alíneas, termina por dois pontos;
b) as alíneas são ordenadas por letras minúsculas seguidas de parênteses;
c) a matéria da alínea começa por letra minúscula e termina por ponto e vírgula; e na última alínea, termina por ponto;
d) a segunda linha e as seguintes da matéria da alínea começam sob a primeira linha do texto da própria alínea.
4.7- ILUSTRAÇÕES E TABELAS
As ilustrações compreendem quadros, gráficos, desenhos, mapas e fotografias, lâminas, quadros, plantas, retratos, organogramas, fluxogramas, esquemas ou outros elementos autônomos e demonstrativos de síntese necessárias à complementação e melhor visualização do texto. Devem aparecer sempre que possível na própria folha onde está inserido o texto, porém, caso não seja possível, apresentar a ilustração na própria página.
Quanto às tabelas, elas constituem uma forma adequada para apresentar dados numéricos, principalmente quando compreendem valores comparativos.
Conseqüentemente, devem ser preparadas de maneira que o leitor possa entendê-las sem que seja necessária a recorrência no texto, da mesma forma que o texto deve prescindir das tabelas para sua compreensão.
Recomenda-se, pois, seguir, as normas do IBGE:
a) a tabela possui seu número independente e consecutivo;
b) o título da tabela deve ser o mais completo possível dando indicações claras e precisas a respeito do conteúdo;
c) o título deve figurar acima da tabela, precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem no texto, em algarismo arábicos;
d) devem ser inseridas mais próximas possível ao texto onde foram mencionadas;
e) a indicação da fonte, responsável pelo fornecimento de dados utilizados na construção de uma tabela, deve ser sempre indicada no rodapé da mesma, precedida da palavra Fonte: após o fio de fechamento;
f) notas eventuais e referentes aos dados da tabela devem ser colocadas também no rodapé da mesma, após o fio do fechamento;
g) fios horizontais e verticais devem ser utilizados para separar os títulos das colunas nos cabeçalhos das tabelas, em fios horizontais para fechá-las na parte inferior. Nenhum tipo e fio devem ser utilizados para separar as colunas ou as linhas;
h) no caso de tabelas grandes e que não caibam em um só folha, deve-se dar continuidade a mesma na folha seguinte; nesse caso, o fio horizontal de fechamento deve ser colocado apenas no final da tabela, ou seja, na folha seguinte. Nesta folha também são repetidos os títulos e o cabeçalho da tabela.

4.8- CITAÇÕES
4.8.1- Citação Direta

As citações podem ser feitas na forma direta ou na indireta. Na forma direta devem ser transcritas entre aspas, quando ocuparem até três linhas impressas, onde devem constar o autor, a data e a página, conforme o exemplo: “A ciência, enquanto conteúdo de conhecimentos, só se processa como resultado da articulação do lógico com o real, da teoria com a realidade”.(SEVERINO, 2002, p. 30).
As citações de mais de um autor serão feitas com a indicação do sobrenome dos dois autores separados pelo símbolo &, conforme o exemplo: Siqueland & Delucia (1990, p. 30) afirmam que “o método da solução dos problemas na avaliação ensino- aprendizagem apontam para um desenvolvimento cognitivo na criança”.
Quando a citação ultrapassar três linhas, deve ser separada com um recuo de parágrafo de 4,0 cm, em espaço simples no texto, com fonte menor:
Severino (2002, p. 185) entende que:

A argumentação, ou seja, a operação com argumentos, apresentados com objetivo de comprovar uma tese, funda-se na evidência racional e na evidência dos fatos. A evidência racional, por sua vez, justifica-se pelos princípios da lógica. Não se podem buscar fundamentos mais primitivos. A evidência é a certeza manifesta imposta pela força dos modos de atuação da própria razão.

No caso da citação direta, deve-se comentar o texto do autor citado, e nunca concluir uma parte do texto com uma citação.
No momento da citação, transcreve-se fielmente o texto tal como ele se apresenta, e quando for usado o negrito para uma palavra ou frase para chamar atenção na parte citada usar a expressão em entre parênteses (grifo nosso). Caso o destaque já faça parte do texto citado usar a expressão entre parênteses: (grifo do autor).

5.8.2- Citação Indireta

A citação indireta, denominada de conceitual, reproduz idéias da fonte consultada, sem, no entanto, transcrever o texto. É “uma transcrição livre do texto do autor consultado” (ABNT, 2001, p. 2). Esse tipo de citação pode ser apresentado por meio de paráfrase quando alguém expressa a idéia de um dado autor ou de uma determinada fonte A paráfrase, quando fiel à fonte, é geralmente preferível a uma longa citação textual, mas deve, porém, ser feita de forma que fique bem clara a autoria.

5.8.3- Citação de citação

A citação de citação deve ser indicada pelo sobrenome do autor seguido da expressão latina apud (junto a) e do sobrenome da obra consultada, em minúsculas, conforme o exemplo Freire apud Saviani (1998, p. 30).

5.9- Notas de Rodapé

As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos, tecer considerações, que não devem ser incluídas no texto, para não interromper a seqüência lógica da leitura. Referem-se aos comentários e/ou observações pessoais do autor e são utilizadas para indicar dados relativos à comunicação pessoal.
As notas são reduzidas ao mínimo e situar em local tão próximo quanto possível ao texto. Para fazer a chamada das notas de rodapé, usam-se os algarismos arábicos, na entrelinha superior sem parênteses, com numeração progressiva nas folhas. São digitadas em espaço simples em tamanho 10. Exemplo de uma nota explicativa: A hipótese, também, não deve se basear em valores morais. Algumas hipóteses lançam adjetivos duvidosos, como bom, mau, prejudicial, maior, menor, os quais não sustentam sua base científica.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pretendeu-se neste trabalho proporcionar, de forma muito sintética, mas objetiva e estruturante, uma familiarização com os principais cuidados a ter na escrita de um artigo científico. Para satisfazer este objetivo, optou-se por uma descrição seqüencial dos componentes típicos de um documento desta natureza. O resultado obtido satisfaz os requisitos de objetividade e pequena dimensão que pretendia atingir. Ele também constituirá um auxiliar útil, de referência freqüente para que o leitor pretenda construir a sua competência na escrita de artigos científicos. Faz-se notar, todavia, que ninguém se pode considerar perfeito neste tipo de tarefa, pois a arte de escrever artigos científicos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência e da cultura.

7. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, Rio de Janeiro. Normas ABNT sobre documentação. Rio de Janeiro, 2000. (Coletânea de normas).

FRANÇA, Júnia Lessa et alii. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 6ª ed., rev. e aum., Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2003.

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 14ª ed., Petrópolis: Vozes, 1997.

MÜLLER, Mary Stela; CORNELSEN, Julce. Normas e Padrões para teses, dissertações e monografias. 5ª ed. Londrina: Eduel, 2003.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22ª edição, São Paulo: Cortez, 2002.

12 abril 2011

Cultura de doenças

Uso criativo de células-tronco pode acelerar o desenvolvimento de drogas para enfermidades debilitantes

por Stephen S. Hall

Em 26 de junho de 2007, Wendy Chung, diretora de genética clínica da Columbia University, foi ao bairro nova-iorquino de Queens com um pedido delicado para duas irmãs croatas, de 82 e 89 anos: a doação de algumas células de sua pele para um experimento ambicioso e incerto. Se fosse bem-sucedido, o teste prometia uma dupla compensação. Primeiro, poderia acelerar a busca por tratamentos para a doença incurável que afeta a família das irmãs. Segundo, permitiria estabelecer um novo e valioso uso para as células-tronco – células não especializadas capazes de originar vários tipos diferentes de células no corpo. “Tivemos um almoço muito agradável e voltamos para casa para fazer as biópsias”, lembra Chung.

As irmãs sofriam de esclerose lateral amiotrófica (ELA), distúrbio neurodegenerativo e lentamente paralisante, também conhecido como doença de Lou Gehrig (referência ao jogador de beisebol americano, vítima da doença em 1939, morto dois anos depois). A mais velha mostrava poucos sinais da doença, mas a outra tinha dificuldade para andar e deglutir. Embora os casos de ELA não sejam, em sua maioria, hereditários, vários membros dessa família foram afetados, pois herdaram a mutação de uma forma mais branda da doença, de lento progresso. Chung rastreou-a por várias gerações da família na Europa e nos Estados Unidos. “A doença de Lou Gehrig não é uma maneira bonita de morrer”, conta. “Cada vez que a família se reunia nos funerais, os membros da geração mais nova pensavam se seriam os próximos.”

Em poucos minutos, Wendy realizou a biópsia – duas fatias de pele, com 3 milímetros de diâmetro cada, da parte interna do braço. As células dessas amostras, assim como a de dezenas de outros doadores com ELA e voluntários saudáveis, foram quimicamente tratadas para formar células-tronco pluripotentes induzidas (iPS). Ou seja, transformaram-se em neurônios motores, células nervosas que controlam os músculos e são afetadas pela ELA. As culturas de tecidos produzidas mostraram os mesmos defeitos moleculares que fi zeram seus doadores adoecer.

Em outras palavras, os pesquisadores tinham recriado a doença em uma placa de Petri. Com isso, poderiam estudar o que ocorre nas células nervosas dos pacientes e tentar desenvolver drogas eficientes. Se bem-sucedido, o cultivo das células em laboratório permitiria compreender melhor diversas doenças e encontrar medicamentos mais eficazes. Isso porque seria possível testá-las em culturas feitas sob medida e verificar sua toxicidade. As células-tronco induzidas estão sendo também usadas para mimetizar dezenas de enfermidades, incluindo a anemia falciforme, diversas doenças hemáticas e o Parkinson. Pesquisadores alemães já criaram células cardíacas que batem irregularmente, imitando vários tipos de arritmia cardíaca. Indústrias farmacêuticas, já atentas às células-tronco como empreendimento comercial, começam a mostrar maior interesse, porque o desenvolvimento de doenças na placa de Petri complementa a forma tradicional da descoberta de drogas industriais.

O primeiro fruto do experimento com ELA foi publicado em 2008. Como na maioria dos casos de inovação, o sucesso dependia não apenas de a ideia ser boa, mas de as pessoas certas aderirem a ela. Nesse caso, a equipe, além de Wendy, incluía Lee L. Rubin, egresso da indústria de biotecnologia que se tornou chefe de medicina translacional do Instituto de Células-Tronco de Harvard, e Kevin C. Eggan, pesquisador de células-tronco de Harvard que colaborava com Christopher E. Henderson e outros especialistas em neurônios motores na Columbia University.

NOVO PAPEL

AS CÉLULAS-TRONCO DESSES ESTUDOS não devem ser confundidas com as embrionárias – derivadas de fetos em fase inicial de desenvolvimento e criadas em laboratório pela primeira vez há 12 anos, por James A. Thomson e seus colegas da University of Wisconsin-Madison. Essas células primordiais tinham resistência biológica para se renovar perpetuamente e versatilidade para se transformar em qualquer tipo de célula no corpo. A possibilidade de usá-las para criar transplantes sob medida para qualquer doença, de Parkinson a diabetes, deu esperanças a muita gente, sobretudo pacientes com enfermidades incuráveis.

Mas dois problemas também emergiram. Primeiro, um grande debate público sobre a ética da pesquisa com células-tronco politizou a ciência e diminuiu a pesquisa; a tecnologia levantava questões morais porque exigia a destruição de embriões humanos para coleta de células-tronco embrionárias. O debate culminou com o anúncio do então presidente americano George W. Bush em agosto de 2001 de que os Institutos Nacionais de Saúde limitariam o financiamento a apenas algumas das linhas de pesquisas com células-tronco embrionárias já existentes. Essa medida impediu efetivamente a geração de células-tronco adicionais, incluindo as específicas para algumas doenças. Em resposta, cientistas proeminentes nas universidades Harvard, Columbia e Stanford, juntamente com grupos de defesa dos pacientes como o Project ALS e a New York Stem Cell Foundation, criaram laboratórios independentes para dar sequência às pesquisas com financiamento privado. Em 2009, a administração Obama relaxou as regras acerca das células-tronco, mas a decisão de uma corte federal de 2010 revogou novamente o apoio dos Institutos Nacionais de Saúde, deixando a incerteza científica e o caos financeiro nesse campo de pesquisa.

O segundo problema era científico. Como lembra Valerie Estess, diretora científica do Project ALS, havia uma corrida para testar a ideia de que as células especializadas derivadas das células-tronco poderiam ser simplesmente transplantadas em pessoas (ou animais) doentes como terapias celulares para curar diversas doenças. “O grande sonho”, explica, “era derivar neurônios motores de células-tronco, aí seria apenas introduzi-los no cérebro ou na espinha, e os pacientes se levantariam e começariam a dançar.” Mas não foi o que aconteceu em repetidos experimentos com animais. “Do início ao fi m”, lamenta, “essas experiências fracassaram.”

Em 2002, Thomas M. Jessell, Hynek Wichterle e sua equipe de Columbia publicaram um artigo marcante no periódico Cell detalhando os ingredientes e procedimentos para levar as células-tronco embrionárias a se tornarem neurônios motores por um caminho biológico. O pesquisador que viu nesse trabalho a perspectiva de uso diferente das células-tronco foi Rubin. Ele percebeu que o cultivo de uma doença em laboratório oferecia uma forma revolucionária de descobrir drogas. E, ao contrário de vários cientistas, ele sabia algo sobre isso; durante um trabalho anterior,havia trabalhado com uma molécula que viria a se tornar a droga bilionária contra a esclerose múltipla – Tysabri.

Ao saber dos resultados da pesquisa de Jessell e Wichterle, Rubin rascunhou um plano de negócios para um novo tipo de instituto de células-tronco, “cujo foco,” segundo ele, “não fosse a terapia celular – em que todos os biólogos da área estavam interessados – as o uso das células-tronco para descobrir drogas”. Nessa época, os financiadores não queriam saber da ideia. Então, Rubin desenvolveu-a na Curis, empresa de biotecnologia em que trabalhava com a atrofia muscular espinhal, uma doença motora neuronal infantil, com patologia similar à ELA. Quando a Curis decidiu abandonar o projeto em 2006, ele abandonou a biotecnologia e aderiu à ideia de cultivar doenças em laboratório em Harvard.

Pouco depois, o biólogo japonês Shinya Yamanaka descobriu uma técnica que iria transformar tanto a biologia quanto a política em torno das células-tronco. Em um congresso em Whistler, na Colúmbia Britânica, em março de 2006, o cientista da Universidade de Kyoto descreveu um procedimento que permitia “reprogramar” células extraídas de mamíferos adultos. Yamanaka reiniciou bioquimicamente as células adultas de volta a um estado semelhante ao embrionário sem precisar destruir os embriões. Ele as chamou de “células-tronco pluripotentes induzidas” (iPS, na sigla inglesa). Um ano depois, tanto Yamanaka quanto Thompson, de Wisconsin, relataram separadamente terem criado células iPS de tecidos humanos.

Entre os participantes do congresso estava Eggan, especialista em reprogramação celular em Harvard. Na verdade, ele já alimentava a ideia de cultivar doenças, lançando vários projetos para reverter biologicamente células adultas ao estado embrionário, permitir sua replicação e colher células-tronco da cultura resultante. Mas ele trabalhava “à moda antiga”, aplicando a mesma técnica de clonagem que criara a ovelha Dolly. Eggan tirava o núcleo de uma célula adulta, como as da pele, e o implantava em um óvulo não fertilizado e com o núcleo removido. A clonagem era ineficiente e bastante controversa se a intenção fosse reprogramar células humanas – ainda mais porque implicava encontrar mulheres dispostas a doar seus óvulos para o procedimento.

Com a abordagem de Yamanaka, Eggan e sua equipe conseguiram fazer a técnica de iPS funcionar em um experimento com células humanas no verão de 2007. Estava tudo pronto para testar o conceito de doença cultivada em laboratório. Wendy e seus colegas de Columbia coletaram as células das duas irmãs croatas e de outros pacientes com ELA já prevendo sua utilização nos experimentos de clonagem de Eggan. Com financiamento privado, o Projeto ELA criou um laboratório especial próximo a Columbia onde os pesquisadores havia meses estocavam linhagens de células de pacientes (incluindo as irmãs idosas). De repente, as células iPS ofereciam chance de êxito. “Aquilo foi obra do destino, porque começamos a coletar células cutâneas humanas com um experimento bem diferente em mente”, conta Estess, do Projeto ELA.
A joia da coroa entre todas essas primeiras linhagens celulares com ELA era a da irmã croata mais nova e mais doente, identifi cada como paciente A29. As células cutâneas das irmãs foram convertidas com sucesso em células nervosas, mas a idade e o grau da doença na paciente A29 demonstraram que a técnica iPS poderia ser usada para a produção de células que refletissem uma doença grave e crônica. “Escolhemos essas amostras porque eram as pessoas mais idosas em nosso estudo”, conta Eggan. “Queríamos provar que é possível reprogramar células mesmo de uma pessoa muito idosa e doente há bastante tempo. Elas eram um caso especial.”

Os resultados apareceram na edição de 29 de agosto de 2008 da revista Science e foram saudados como um marco científico. A ideia de usar células-tronco para criar uma doença em laboratório prometia acesso a células que, de outra forma, eram difíceis ou impossíveis de obter, como os neurônios motores característicos da ELA e da atrofia muscular espinhal, as células cerebrais de várias doenças neurodegenerativas e as células pancreáticas típicas do diabetes juvenil.

CÉLULAS-TRONCO SOB MEDIDA

Nos últimos dois anos, a colaboração entre Columbia e Harvard produziu nada menos que 30 linhagens celulares humanas específicas da ELA. Muitas delas capturam mutações únicas encontradas em pessoas com casos bastante raros e severos da doença. Mais importante, o método de cultivar doenças em laboratório começa a mostrar seu potencial, dando pistas sobre a natureza dos males. Com as células das irmãs, por exemplo, os pesquisadores identificaram caminhos moleculares que parecem associados à morte de neurônios motores, o que ocorre quando elas são envenenadas por outra classe de neurônios chamados astrócitos. Com os dois tipos de neurônios na placa de Petri, os cientistas estão procurando por compostos terapêuticos capazes de bloquear a atividade tóxica dos astrócitos ou melhorar a sobrevivência dos neurônios motores.

Em janeiro de 2010, pesquisadores do laboratório do Project ALS iniciaram uma varredura preliminar de cerca de 2 mil compostos nos neurônios motores de humanos com ELA. Eles tentavam verificar se alguma das moléculas prolongaria a sobrevivência das células nervosas que continham o gene alterado da doença. Esse programa piloto reflete uma abordagem nova na busca por drogas: os pesquisadores da ELA começaram experimentando compostos já aprovados pelo Food and Drugs Administration (FDA) para tratar outras doenças. A esperança é que eles encontrem uma molécula já testada e segura para humanos, que possa ser rapidamente adaptada para a doença dos neurônios motores. Seguindo trajetória paralela em Harvard, Rubin identificou quase duas dúzias de pequenas moléculas que melhoram a sobrevivência dos neurônios motores. A Spinal Muscular Atrophy Foundation está atualmente testando uma das moléculas em um modelo animal de atrofia muscular espinhal.

Um indicador de que as células iPS oferecem uma abordagem promissora para a descoberta de drogas é o fato de que Rubin não está mais dando com a cara nas portas das empresas farmacêuticas. Desde que os pesquisadores de Columbia e Harvard estabeleceram o princípio de doença cultivada – em que se podem produzir neurônios com a carga genética de uma pessoa falecida –, as empresas é que têm batido na porta dele. Sem nomear empresas específicas por motivos de confidencialidade, ele conta: “Eu diria que, das principais indústrias farmacêuticas, todas agora se interessaram por essa abordagem”. O entusiasmo contagiou a biotecnologia: vários dos pesquisadores da história da doença cultivada em laboratório, incluindo Eggan e Rubin, se envolveram em uma empresas californiana de biotecnologia chamada iPierian, uma entre várias novatas, incluindo a Cellular Dynamics International e a Fate Therapeutics, que estão adaptando a tecnologia iPS para a descoberta de drogas.

Enquanto isso, mais e mais pesquisadores de células-tronco perseguem o conceito de doença cultivada. Logo após a publicação sobre a ELA em 2008, um grupo do Instituto de Células-Tronco de Harvard relatou ter usado a técnica de iPS para criar culturas de células de pacientes com diabetes juvenil, Parkinson e outros males. E no final de 2008, pesquisadores de Wisconsin liderados por Clive N. Svendsen criaram em laboratório neurônios motores de um paciente com atrofia muscular espinhal.

Quando perguntei aos pesquisadores de Columbia e Harvard se as duas irmãs croatas sabiam da pesquisa que brotou das células que haviam doado, ninguém confirmou. Fiquei sabendo que as irmãs ainda estão vivas, segundo a filha da paciente A29, que concordou em falar desde que seu nome e o de sua família permanecessem anônimos. A irmã mais velha, agora com 93 anos, permanece essencialmente livre dos sintomas da ELA; de acordo com sua sobrinha, ela ainda “mora sozinha, vai a todo lugar, faz compras, cozinha, varre e limpa”. A irmã mais nova, a paciente A29, fez 85 anos em junho passado; apesar de ter ELA, consegue se mover “fraca e vagarosamente” e está “agradecida” por ter tido a oportunidade de ajudar.

Ainda assim, o fardo cruel da família nunca parece distante e realça a urgência sentida por aqueles que poderiam se beneficiar da nova abordagem de células- tronco para a descoberta de drogas. “Sou relativamente jovem”, diz a filha da paciente A29, ela mesma diagnosticada com ELA em 2002. “Temos medo de que a doença comece a se manifestar mais cedo com o passar das gerações. Sentimos-nos um pouco como...” – ela pausa para se recompor dos pensamentos inevitavelmente sombrios – “em uma corrida contra o tempo. Eu mesma tenho uma filha adolescente, e isso pesa muito em minha mente e meu coração.”

Perigos pandêmicos

"Síndrome respiratória aguda grave, influenza A H1N1, gripe espanhola. Todos esses nomes estão relacionados a epidemias que já mataram milhões de pessoas. O Estúdio CH desta semana convida o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, para falar sobre pandemias."

Em entrevista a Fred Furtado, Ujvari, que acaba de lançar o livro Pandemias: a humanidade em risco, explica como o mundo globalizado e o modo de vida atual facilita a disseminação de agentes infecciosos.

Segundo o médico, o risco de uma pandemia não está relacionado apenas às mortes que ela causa – algumas podem não matar em grande escala –, mas também ao impacto que tem na vida e na economia das sociedades atingidas. São dias de trabalho perdidos, fechamento de aeroportos, mal-estar, entre outras inconveniências.

Ujvari aponta os vírus da influenza, causadores de diversas gripes, como os principais responsáveis pelas pandemias, pois as variedades existentes em animais de criação, como porcos e aves, podem se combinar e formar novos vírus.

O médico fala ainda sobre as medidas que os governos podem tomar para impedir o alastramento das pandemias e avalia o estado de preparação do Brasil para enfrentar um evento desse tipo.

FONTE: http://cienciahoje.uol.com.br/podcasts/Perigos%20pandemicos.mp3

07 abril 2011

Dia Mundial da Saúde, cuide da sua e tenha bem estar!

Atualmente, a dependência alcoólica é considerada um grave problema de saúde pública e o consumo de álcool contribui com 1,8 milhão de mortes por ano ao redor do mundo.

O uso abusivo de bebidas alcoólicas pode aumentar a probabilidade de ocorrência de acidentes de trânsito, situações de violência e gravidez não planejada, além de expor os alcoólatras a graves problemas de saúde.

Mundialmente, a estimativa anual de gasto com problemas relacionados ao consumo nocivo se encontra entre 0,6% e 2% do PIB global, o que significa, aproximadamente, US$ 210 milhões a US$ 665 milhões.

De acordo com um estudo feito em 2009 pelo Ministério da Saúde, a prevenção ainda não faz parte da vida do brasileiro, que diz, em sua maioria, desconhecer a relação entre seus hábitos e as doenças mais comuns.

No entanto, a adoção de medidas preventivas, como hábitos saudáveis e realização de exames periódicos, é a chave para a qualidade de vida. Além disso, os exames periódicos são fundamentais, sobretudo quando há histórico de determinada doença na família.

Como alternativa para driblar o custo da realização de exames, aqueles que não possuem plano de saúde e que não querem depender do Sistema Único de Saúde (SUS) podem utilizar o Vapt Vupt Saúde, laboratório que realiza exames com preços até 50% inferiores aos do mercado.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde mostram que cerca de 59,5 milhões de pessoas sofrem de algum tipo de doença crônica no Brasil. Em cada dez brasileiros, três estão doentes.

Entre as mulheres, 35,2% possuem doenças crônicas, contra 27,2% dos homens. Entre as doenças crônicas, a que mais atinge a população brasileira é a hipertensão. Em seguida, estão os problemas de coluna, que acometem 13,5% da sociedade e são doenças evitáveis e relacionadas, principalmente, ao sedentarismo.

As doenças crônicas aparecem com maior prevalência em idosos – a partir dos 60 anos, e de forma ainda mais evidente nos muito idosos, ou seja, nos octogenários, nonagenários ou centenários. Este predomínio decorre principalmente do processo de envelhecimento natural do ser humano e pode ser acelerado pelo estilo de vida de cada um.

Deficiências de audição e da fala são problemas ainda pouco discutidos pela sociedade, mas que interferem na vida de muitas pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 42 milhões de pessoas acima de três anos de idade são portadoras de algum tipo de deficiência auditiva, de grau moderado a profundo. Ainda segundo números da OMS (1994) e do Censo 2000, a auditiva ocupa o terceiro lugar entre todas as deficiências do Brasil, representando 16,7% do total da população que tem algum tipo de deficiência.

O uso de aparelhos auditivos tem se mostrado a melhor opção para sanar o problema. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostraram que 80% dos usuários se sentem satisfeitos com o uso do equipamento. Mais de 85% dos clientes apresentam como vantagens o aumento de confiança, liberdade e auto-estima, assim como a melhora nos relacionamentos sociais e profissionais.

Já sobre a fala, segundo o Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), a incidência da gagueira no Brasil é de 5% da população, ou seja, 9,5 milhões de brasileiros estão passando por um período de gagueira neste momento. Este número é maior do que a população da cidade do Rio de Janeiro. A prevalência da gagueira é de 1%, ou seja, 1,9 milhão de brasileiros gagueja há muitos anos de forma persistente, crônica. Este número é maior do que a população de Manaus ou Curitiba.

Fatores como sedentarismo, alterações hormonais, hereditariedade, obesidade, cigarro, uso diário do salto alto, gravidez, ficar muito tempo na posição em pé ou sentada, entre outros, podem aumentar a incidência de problemas circulatórios. Um das alternativas para auxiliar na prevenção deste mal é a utilização das meias de compressão Kendall, marca que completa 50 anos no Brasil e é a mais prescrita pelos médicos para prevenir e tratar problemas venosos com conforto e tecnologia moderna.

O neurotrauma é um grave problema de saúde pública no País, que pode ocorrer em diversas situações. Segundo a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), aproximadamente R$ 9 bilhões são destinados anualmente ao atendimento de casos de trauma, o que representa quase um terço de tudo que é investido em saúde pública no País. Em 2005, o governo investiu, em média, R$ 300,00 por cidadão na saúde, sendo que cada vítima grave de trauma custou cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos. Estima-se que ocorram 10 mil novos casos de lesão medular no Brasil por ano. No valor revertido ao atendimento de casos de trauma, já estão inclusos tratamento pré-hospitalar e hospitalar, gastos consequentes das sequelas, despesas indiretas, perdas de anos de vida e de produtividade, reabilitação e custos das perdas materiais.

06 abril 2011

Nanotecnologia de DNA

Pesquisadores descrevem técnica engenhosa para produção de estruturas tridimensionais em escala nanométrica a partir do auto-agrupamento de moléculas de DNA.

A novidade oferece aos cientistas um método eficiente para fazer com que moléculas de DNA se agrupem espontaneamente formando estruturas complexas. O estudo está descrito em artigo publicado na edição de 13 de março da revista Nature.

A estrutura de dupla hélice do DNA e o seu emparelhamento por bases, que permite o reconhecimento e a ligação altamente seletiva das fitas complementares, são há muito conhecidos. “Essas características e a capacidade de criar fitas com qualquer seqüência desejada fizeram com que o DNA fosse usado no design de várias nanoestruturas e até mesmo para executar computações moleculares”, descreveram os autores.

Apesar disso, a maior parte das formas obtidas até agora a partir do DNA tinha uma ou duas dimensões. Exemplos de formas tridimensionais incluem cubos e tetraedros, mas em construções sempre difíceis de obter com os métodos existentes, que exigem o uso de centenas de fitas.

O grupo liderado por Chengde Mao, do Departamento de Química de Purdue, conseguiu resolver o problema ao programar o próprio DNA para dobrar em unidades estruturais básicas. Dependendo das dobras do “origami molecular” diversas unidades se ligam umas às outras, de modo a formar estruturas complexas como dodecaedros ou buckyballs – cujo formato lembra a da bola de futebol com gomos.

“O design da construção básica de DNA funciona de maneira que muitas cópias de unidades idênticas se agrupam em estruturas tridimensionais maiores. Nós testamos esse conceito de automontagem hierárquica com moléculas de DNA que formam estruturas parecidas com uma estrela de três pontas”, explicaram.

“Ao controlar a flexibilidade e a concentração dessas estrelas, a montagem resultou em tetraedros, dodecaedros e buckyballs com tamanhos de dezenas de nanômetros e formados por quatro, 24 ou 60 peças. Esperamos que essa estratégia de montagem possa ser adaptada para permitir a fabricação de uma ampla gama de estruturas tridimensionais complexas”, destacaram.

Segundo os pesquisadores, a complexidade dos poliedros obtidos, combinados com a simplicidade do método de fabricação, deverá torná-los muito atrativos para o uso em ciência de materiais e nanotecnologia.

05 abril 2011

Iniciação Científica

A iniciação científica é uma modalidade de pesquisa acadêmica desenvolvida por alunos de graduação nas universidades brasileiras em diversas áreas do conhecimento. Em geral, os estudantes que se dedicam a esta atividade possuem pouca ou nenhuma experiência em trabalhos ligados à pesquisa científica (daí o caráter de "iniciação") e representam o seu primeiro contato com tal prática. Os alunos têm o desenvolvimento de seus estudos acompanhados por um professor orientador, ligado ou não a um laboratório de pesquisa da faculdade na qual o aluno estuda ou a algum centro de pesquisa financiador (Fundação Casa de Rui Barbosa, por exemplo) .

As principais agências financiadoras de projetos de iniciação científica no Brasil (através do oferecimento de bolsas anuais de incentivo à pesquisa) são o CNPq (em nível federal, através de seu Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, o Pibic) e as agências estaduais de fomento à pesquisa, como a FAPESP, a FAPERJ ou a FAPEMIG. Estas bolsas normalmente giram em torno de um salário mínimo ou de valor fixado pela instituição.

Nesta etapa da prática universitária, o estudante-pesquisador exerce os primeiros momentos da pesquisa acadêmica, como a escrita acadêmica, a apresentação de resultados em eventos, a sistematização de idéias, a sistematização de referenciais teóricos, a síntese de observações ou experiências, a elaboração de relatórios e demais atividades envolvendo o ofício de pesquisador.

04 abril 2011

Vídeos de Replicação do DNA e Síntese Proteica

http://www.youtube.com/watch?v=O7BjyogZ_3k&feature=fvst

http://www.youtube.com/watch?v=slOneovpOEk&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=DcCnmPeutP4&feature=fvwrel

02 abril 2011

COMO SURGE UM CÂNCER?

É um processo complicado, mas vou tentar escrever do jeito mais simples possível. Mais uma vez a descrição não será 100% exata, já que esse texto não é voltado para estudantes da área de saúde.
O ciclo básico de vida de uma célula é se multiplicar quando necessário e morrer quando se torna velha ou quando sofre alguma lesão na sua estrutura.

As nossas células são programas para se auto-destruírem em caso de alteração da sua conformação original, principalmente se houver lesão no DNA (código genético da célula, que determina suas características), não passível de reparo. Esta auto-destruição se chama apoptose. Este mecanismo evita que lesões no DNA possam ser perpetuadas através da multiplicação de células anômalas.


Lesões celulares ocorrem diariamente em nosso organismo e são amplificadas pelo cigarro, radiação e produtos químicos, todas substâncias com alto potencial de lesão do DNA (carcinógenos). Só o cigarro possui mais de 4000 substâncias comprovadamente carcinógenas.
Graças a apoptose, não desenvolvemos câncer a todo momento.

O processo de multiplicação celular e apoptose é controlado por um grupo de genes chamado de protooncogenes. São os genes supressores de tumor. O câncer começa a surgir quando ocorrem mutações nesses protooncogenes, fazendo com que suas funções sejam abolidas. Os genes alterados passam a se chamar oncogenes, e em vez de impedir a formação de tumores, passam a estimulá-los.

A partir desse momento as células com alterações estruturais não só conseguem se multiplicar, como estão protegidas da apoptose. Portanto, são células se proliferam rapidamente e não morrem. Estas são as células cancerígenas.

Existem vários tipos de protooncogenes, cada tipo de câncer está relacionado a um ou mais desses. Os diferentes tipos de oncogenes explicam porque algumas famílias apresentam tendência a desenvolverem alguns tipos de câncer e porque o cigarro causa câncer de pulmão em alguns, de boca em outros, de bexiga, rins etc... A ausência de ativação de oncogenes específicos também explica porque alguns fumantes nunca desenvolvem câncer.

POR QUE O CÂNCER LEVA A MORTE ?

As células cancerígenas além de se multiplicarem, conseguem produzir seus próprios vasos sanguíneos, o que permite a elas receberem nutrientes e formarem as massas de células chamada de tumores. Outro fator determinante é a capacidade dessas células anômalas de alcançarem a circulação sanguínea e viajarem pelo corpo.

Quanto mais lesão tiver sofrido o DNA da célula, mais diferente ela será da célula que lhe deu origem. E se ela é diferente, não consegue despenhar as funções vitais que a original exerce. Então, passamos a ter um quadro onde células que não desempenham nenhuma função se multiplicam de modo muito mais rápido que o normal e passam não só a competir por alimento, como invadem e tomam o lugar das células normais.

Depois de um tempo passamos a ter um pulmão em que a maioria das células não consegue captar oxigênio, um intestino que não absorve nutrientes, um rim que não produz urina... Além disso, temos uma massa tumoral que cresce tanto que começa a esmagar e obstruir outros tecidos e vasos importantes. Um tumor do pescoço pode comprimir a traqueia e causar asfixia, um tumor de intestino obstrui a passagem das fezes, um tumor cerebral pode comprimir o cérebro contra o crânio etc...

A célula cancerígena tem a capacidade de invadir tecidos próximos e alcançar vasos sanguíneos, podendo viajar pela circulação e acometer outros órgãos distantes. Este processo se chama metástase. Os tumores benignos são aqueles que não tem capacidade de metastizar.


Alguns termos para melhor compreensão:

•Câncer - São células anômalas com capacidade de multiplicação, invasão a distância e de destruição. O câncer é sempre maligno.
•Tumor - É o aumento anormal de um tecido, pode ser maligno ser for criado por células cancerígenas, mas pode ser benigno se for por células sem características de câncer.
•Neoplasia - Semelhante a tumor.
•Carcinoma - Câncer originado das células epiteliais (tipo de células que recobre a pele e a maioria da superfície dos órgãos).
•Sarcoma - Câncer originado de células de músculos, gordura, osso e cartilagem.
•Mesotelioma - Câncer originado de células do mesotélio, tecido que envolve alguns de nossos órgãos como a pleura, pericárdio e peritônio.
•Leucemia - Câncer que se origina de células do sangue na medula óssea.
•Linfoma - Câncer que se origina das células de defesa do organismo